quinta-feira, 20 de novembro de 2008

É : O TRABALHO TEÓRICO (22 maio 2008)

O trabalho teórico, na visão do realismo histórico e dialético, é um trabalho necessariamente crítico, uma análise criteriosa e profunda das condições em que as relações de produção capitalistas se reproduzem e se reestabelecem - para que possamos desenvolve-las e transforma-las, na direção do modo de produção socialista.
Esse conhecimento das condições existenciais precisa ser uma apropriação cognitiva do objeto (ou fato) real e, para tanto, a relação entre o fato conceptual (objeto do conhecimento) e o objeto real, onde há um índice ou uma diferença de ordem, deverá se esclarecer, exatamente na compreensão das interferências efetuadas pela ideologia dominante, que sempre condiciona a percepção e o pensamento.
Libertar o trabalho teórico e a elaboração do conhecimento dessa prisão ideológica é a tarefa crítica marxista. Esse é o espaço aberto pelo verdadeiro conhecimento científico da realidade, um espaço aberto pela elaboração de novos conceitos, que dêem conta de ver e construir uma nova realidade social, um novo modo de produção com novas relações sociais.
São os novos conceitos, criados pelo realismo histórico e dialético ( a filosofia da práxis), que possibilitam uma ciência verdadeira, capaz de contribuir para a transformação da sociedade, no rumo do socialismo. Ao se estabelecer o novo conceito, o pensamento se ilumina: é o insight ou compreensão profunda. A dialética marxista consiste numa nova forma de observar os fatos sociais, que pode desvendar o ciclo produtivo e as sucessivas metamorfoses do capital... por exemplo, como ocorre com o conceito de mais-valia - que desvendou o fato de que o capital é obtido na esfera da produção dos bens, através da parte do tempo de trabalho que não é pago ao trabalhador, mas embolsado pelo patrão ou proprietário dos meios de produção. A mais-valia é a diferença entre o valor de troca da força de trabalho e o valor por ela produzido; ou seja, o trabalhador assalariado sempre produz um valor a mais e recebe apenas o suficiente para a manutenção e subsistência de sua força de trabalho, que não passa, no sistema capitalista, de uma simples mercadoria, e como qualquer mercadoria, possui um custo de produção... A sua característica especial consiste justo no fato de ser uma mercadoria capaz de acrescentar um valor excedente a tudo que produz - esse valor que o trabalho produz a mais é a mais-valia, que deveria ser incorporado, socialmente, ao salário do trabalhador. Isto é a justa necessidade, que dá a diferença preciosa entre os dois modos de produção: no socialismo, o trabalhador recebe de acordo com a sua capacidade produtiva.
Agora, um novo conceito se anuncia aqui: a globalização. Ela é um processo histórico. O processo de globalização é múltiplo e dialético, é um processo de internacionalização do capital e das relações de produção; é um processo de internacionalização de valores e padrões de comportamento, da cultura e dos meios de comunicação social. É um processo etnocêntrico, original e poderoso, que está se impondo a todo o planeta, de comando, numa única ordem, a de um modelo fonético único, um logocentrismo, uma metafísica da escritura fonética ... a Internet, uma espécie de clausura histórico-metafísica.
... Mas, a dialética, como verdadeira força impulsionadora da vida, se impõe. Afinal, é um processo dialético de globalização dos meios de produção, etapa final da transição ao modo de produção socialista, com a transformação completa das relações capitalistas e do sistema de exploração do ser humano. Aqui, o processo se une a um projeto.
- É isto, ou a destruição do Planeta; se insistirem no modelo consumista e antiecológico. A escolha pelo socialismo é hoje mais do que um humanismo. Ele é o caminho possível de sobrevivência da vida humana no planeta Terra. Precisamos de globalização da cooperação e da solidariedade. É.

Joyce Pires.

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