quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O BRASIL (29 JULHO 2009)


Hoje amanheceu, depois da ventania, um sudoeste dos bons
E então a gente retranca a vela e alça o vôo leve sobre as ondas:
O Brasil, terra do pau vermelho, está com alguns galhos no primeiro mundo
E só o que peço é que se fincarmos as raízes nessa múltipla tecelagem
Que nos seja permitido não sermos nunca ! imperialistas !
E, quando lá chegarmos, possamos realizar a grande mudança,
A transformação das relações sociais de produção
E sermos capazes de contribuir para o Socialismo :
Cooperação e equidade, solidariedade
Terra, pão e liberdade
Amor, Paz
Equanimidade.


(Lógica e Tal - Joyce Pires)
UM FLUXO CRIATIVO (03 ABRIL 2009)

Transcender a imagem significa ir além da ideologia materialista e ver o que a matéria realmente é : energia e consciência.

Essa visão é o conhecimento da inseparabilidade entre verdade absoluta e verdade relativa.
Esse é o momento da síntese entre o idealismo e o materialismo, o momento superior no desenvolvimento dialético da filosofia da prática revolucionária, que fará da Liberdade algo realmente palpável, concreto. E não apenas uma palavra da ideologia liberal burguesa. Ou somente o paradigma da utopia comunista :o reino da liberdade. – “Um espírito ronda a Europa...”

Rosa Luxemburgo – nossa principal teórica realista, fundadora no núcleo Spartacus do Partido Comunista Alemão e que foi assassinada pelo governo social-democrata, em 1919, em plena República de Weimar, e jogada num canal... _ a “Luz dos Burgos”, num daqueles seus numinosos insights, nos disse, certa vez, que a liberdade é sempre a liberdade de quem pensa diferente. Ela acreditava, like me, na espontaneidade da força coletiva organizadora da classe revolucionária _ quando, claro, esta questão da organização tenha se tornado verdadeiramente atual. As condições estão dadas.


Matéria é energia e consciência, um fluxo criativo.


(Diário do Bardo – Joyce Pires)
TENTANDO (03 AGOSTO 2009)

Tentáculos sonantes
Ressonantes
instigantes, no meu som
Tentáculos estatais
Escuta ambiental
e coisa e tal
e vamos levando a vida assim
nas janelas crivadas
cravadas presenças previsíveis
na minha necessidade gravadas...
-Gravação ? Não: realimentação.
Só mesmo dias e noites amáveis
aguardando a delicada plugagem
inóspita viagem, sonora hora
ora, ora

Tentáculos alto sonantes
cotidi anos, há dez anos
tentando alcançar, atravessar
um diAmante...

(Lógica e Tal - Joyce Pires)
SATYAGRAHA , A FORÇA DA VERDADE (26 maio 2009)


Foi em 1904 que Mahatma Gandhi modifica radicalmente o seu estilo de vida e passa a se dedicar à vida comunal simples, deixando uma carreira próspera de advogado anglófilo, onde era o líder de um movimento de agitação legal pelos direitos dos nativos indianos na África do Sul. Tem início a fase daquilo que entrou para a História como SATYAGRAHA, a força-verdade, as campanhas NÃO-VIOLENTAS DE TRANSGRESSÃO declarada das leis, que culminaram na libertação da nação indiana do colonialismo inglês.
Entre 1904 e 1908, Gandhi elaborou, tanto na teoria quanto na prática, suas doutrinas da satyagraha ou ativismo não –violento (AHIMSA) e, na prática, a reordenação construtiva da sociedade sobre a base do modo de vida comunitário simplificado.
Satyagraha não é “resistência passiva” - que Gandhi considerava uma atitude negativa, instrumento dos fracos; nem é “desobediência civil”, que seria uma forma hostil de desafiar a ordem imposta (o imperialismo inglês).
A resistência que ele queria praticar é aquela da população que não tem medo de mostrar-se violenta, mas que prefere ser não-violenta e lutar com o poder da verdade, em vez de utilizar a força física.
Satyagraha é resistência pacífica; e não, passiva. É força e verdade. Um compromisso de honra. Um voto de bodisatva: samaya. Mais Luz.


(Diário do Bardo - Joyce Pires - 26 maio 2009)
SAMBHAVA (30 junho 2009)


Sambava na noite e durante o dia
Sambava nas esquinas, sambava
por toda a cidade do Rio de Janeiro
desde a Vila Isabel até Ipanema
passando pela Tijuca e a Ilha do Governador.
Sambava pelos campos e montanhas
sambava nos ares, entre as nuvens
Era nuvem e sambava coelhos
entre os Três Picos, sobre a Pedra
Sambava, sambava
porque nascia diAmante
cintilante, da magia
Sambava no ventre da Terra
Sambava ao ver a Luz, cabra
Sambava sobre os cavalos
Sambava nos intervalos
da sinfonia, entre as oitavas
Sambava nas chamas
ardendo, sambava, sambava
Sol se espraiando sobre o Mar.

(Lógica e Tal - Joyce Pires)

PIRA

A trama da minha vida
É tecelagem artesã
Urdidura diamantina
Balido bala balaio
Ballet aquático
Via láctea
Dança em espiral
Transmutação
Pira

E preservo na letra
Para que a vida não se perca


Joyce Pires , 22 fev. 2005
Do livro Lua Nua
PEDAGOGIA SEM DOMINAÇÃO (30 junho 2009)

Antonio Gramsci, do Partido Comunista Italiano, nosso grande teórico prático, se perguntava (e a nós) se, do ponto de vista histórico, uma nação ou grupo social, que atingiu um grau de cultura “superior”, pode (ou deve) acelerar o processo de educação dos povos e dos grupos sociais mais atrasados, universalizando e traduzindo de modo adequado sua nova experiência.
Trata-se da questão da educação no contexto do colonialismo ou do imperialismo, quando povos “civilizados” acreditavam, e ainda hoje “acreditam”, que podem (e têm o dever, de direito...) submeter povos “primitivos”, ou povos do terceiro mundo, aos padrões educacionais e tecnológicos avançados - como aqueles que achavam que escravizar era uma forma de educar moralmente - práticas comuns entre jesuítas e ingleses, por exemplo. Eles pretendem conservar sempre os homens no berço, isto é,nos lembra Gramsci, no momento da autoridade, que educa para a liberdade os povos imaturos. Hegel e Maquiavel, dialeticamente, achavam que a servidão é o berço da liberdade. Por isso que qualquer novo tipo de Estado passa por uma fase ditatorial: a servidão se justificaria somente enquanto educação e disciplina do homem ainda não livre. Pedagogia idealista; porque na dialética realista, educação não é uma luta contra a natureza mas a realização da verdadeira natureza humana, que só pode ser desenvolvida, de forma ativa e participativa, através de uma educação amorosa; e não, através da coerção e da submissão física, psicológica e cultural ou espiritual dos indivíduos.
Não pode ser nem a visão liberal e burguesa que é contrária ao “berço”, nem a visão mecanicista e idealista dos imperialistas e colonialistas conservadores, adeptos do evolucionismo determinista e vulgar.
A questão educacional, na transição ao modo de produção socialista, não pode ser uma função apenas das escolas, porque o aparelho dominante no capitalismo globalizado atual é a Mídia. Sem o trabalho de transformação dos “formadores de opinião”, ou seja, uma verdadeira metanóia (transformação dos sentimentos) dos produtores culturais, artistas, gente da cultura - o patriciado, essa fração da classe dominante, que Gramsci costumava chamar “intelectuais orgânicos” - não poderemos avançar em direção à libertação da nossa sociedade. Os currículos das escolas, desde os primeiros anos, precisam incluir noções básicas (os princípios) de socialismo, a nova concepção do mundo. Como também noções de História das Religiões, Mitologia, Canto, Música, Realismo histórico e dialético... e Hatha Yoga. Não adianta apenas criar novas escolas e alfabetizar. É preciso promover a reciclagem ideológica dos professores, artistas, jornalistas, cantores...
É bom relermos os textos sobre Educação, de Antonio Gramsci.

(Diário do Bardo - Joyce Pires - 03 junho 2009)
Para um plano de libertação (27 abril 2009)

Cada sistema de produção constrói o sistema de punição que corresponde às suas relações produtivas. Essa construção se torna visível quando compreendemos que o modo de produção da vida social exprime a integração das forças produtivas materiais em determinadas relações de produção históricas, nas quais se manifesta a luta de classes da formação social capitalista. As “classes perigosas” são geradas pelas estruturas. E encarceradas. Isto é a criminalização da pobreza. Vigiar e Punir. Panoptismo.
O processo de adestramento da força de trabalho para reproduzir o capital (mais valia) não é apenas um investimento do corpo por relações de poder. A disciplina como política de coerção para produzir sujeitos dóceis e úteis _ como dizia Michel Foucault _ tem suas determinações materiais na relação capital / trabalho assalariado e é um processo essencial de um tipo de economia, é um fenômeno de economia política.
A relação cárcere / fábrica evoluiu para a simbiose fábrica / cárcere, gerando uma unidade arquitetônica punitiva/produtiva, onde a fábrica é construída como cárcere e o cárcere é erigido como uma fábrica _ os “presos” devem ser trabalhadores... e os trabalhadores devem ser detidos. Será esta uma espécie de audácia, a “audácia da esperança” ? ... de fazer da pobreza um crime.

O mesmo com as doenças mentais. Foucault disse certa vez que a doença só tem realidade e valor de doença no interior de uma cultura que a reconhece como tal.
Trata_ se de fazer, não uma “psicopatologia”, mas uma psicologia do Patos, isto é, do sofrimento despertado pelo Drama.
A nós, a missão de escutar os nossos delírios.
A angústia (ananke) transforma a ambigüidade de uma situação em ambivalência das reações. Se ela preenche a história de um indivíduo, ela é o seu princípio. Ela é um a priori da existência : a Necessidade.
O mundo atual torna possível as doenças mentais, a esquizofrenia, as psicoses... porque a cultura fez uma leitura do mundo alienante. Porque a cultura distanciou o ser humano e ele não se reconhece mais na realidade.
A consciência é um estado de associação com o Eu. “Eu” é um complexo central e mutável, onde a consciência se individualiza.
Um fator psíquico assume qualidade de consciência quando entra em relação com o eu. Se não há esta relação, o fator permanece inconsciente. O esquecimento é a falta de relação de conteúdos com o eu. Por isso, quantidades de informações não significam conhecimento. Não adianta ficar na Internet, “pesquisando”, sem fazer uma reflexão; sem articulação e vivência não ocorre o discernimento, e o reconhecimento. Não há qualidade...
A consciência é um jato de luz emitido por um refletor. Só os objetos iluminados entram no campo da percepção.
Transcender a imagem significa ver além, ver a realidade e não apenas os seus reflexos imanentes. Ver a realidade é reconhecer que a liberdade consiste justamente no conhecimento das nossas próprias necessidades.
São os carecimentos radicais que vão nos motivar a realizar a transformação das relações sociais.

Tempo e Espaço são dimensões significativas do ser. Temos que compreender isso.
Novas relações sociais exigem uma nova concepção do mundo. O Cyberspace _ o espaço eletrônico onde ocorrem as transações na Internet _ precisa se constituir numa oportunidade para o desenvolvimento da consciência coletiva e ser utilizado com senso de responsabilidade e crítica.Precisa ser um espaço ético; já que é a projeção de nossa própria imaginação e capacidade criativa. Não podemos permitir que se estabeleça como um novo cárcere; uma forma de clausura metafísica e fonética... Portanto, cautela: medite.

O socialismo é a passagem ao mundo da liberdade, do amor e da paz. Equanimidade e autoconsciência. Preservação de um povo e sua cultura... e identidade humana universal.

O sexto elemento, MahaTattwa, começa a se manifestar no Planeta Terra. Precisamos estar abertos para receber esse tattwa azul luminescente, que nos ativa a terceira visão e amplia a nossa consciência intuitiva.

_ Voilà.

(Diário do Bardo - Joyce Pires - 27 abril 2009)
O SOL NASCE AO LESTE
E O CORAÇÃO PULSA DO LADO ESQUERDO.


Joyce Pires - livro LÓGICA E TAL
O POVO (08 abril 2009)

Quando a gente fala a palavra povo, que o povo precisa de comida e roupas, precisa de casa e educação, saúde, transporte etc, etc... o que se tem em mente é justamente a população mais pobre, o popular, os desprotegidos, descamisados, os humildes: Povo... Mas, será que esse povo foi sempre o mesmo ? Será que, na história do desenvolvimento das relações sociais, esse povo se constituiu sempre das mesmas classes sociais ? Vamos ver isso de perto:

Na Grécia antiga, na época da “Polis”, onde moravam os “cidadãos” e o modo de produção social era a Escravidão... já se falava em “Governo de todos” e a palavra para esse conceito é Democracia. Claro, democracia dos cidadãos... com os escravos plantando e colhendo os alimentos que os cidadãos comiam...
Mas, o que nos interessa aqui é o modo de produção capitalista e, portanto, vamos entrar nessa História, quando as relações sociais sofriam profundas transformações, com a ascensão de uma nova classe, que agora além do poder econômico também queria o poder político - para ampliar seus capitais. E isto nós vamos compreender melhor observando a França, dos séculos XVIII e XIX. O que era o Povo, então ? Nessa época em França, existiam os chamados Três Estados. O primeiro Estado era o Clero; o segundo, a Nobreza e o terceiro, o Povo. A forma de governo era a Monarquia e o Estado unitário-territorial (ou o Estado Nacional) já estava constituído. Esse POVO, o terceiro estado, já tem consciência da sua força e dignidade e já impõe condições para consentir nesse tipo de governo absoluto. Afinal, o Povo era a maioria da população. O clero se compunha de cerca de 130 mil membros, a nobreza em torno de 140 mil nobres e o terceiro estado (o Povo) já era uma população em torno de 25 milhões ! E o que era esse povo ? Os burgueses ( do comércio e indústria), que somavam 250 mil; os artesãos, com 2 milhões e 500 mil; e ....22 milhões de camponeses ! Esse Povo, juntos, pagavam impostos ao Estado, o dízimo ao clero e as taxas feudais aos nobres. Porque o modo de produção vigente era o feudalismo e os donos das terras eram os Senhores Feudais, ou seja, os nobres e o clero. Sim, porque a Igreja era proprietária da maioria do território europeu, não só na França; desde a época das Cruzadas, quando a Igreja Romana pode se apoderar de grande parte da Europa.
O que ocorreu então é que a burguesia ( os ricos) lidera a revolução, com a ajuda dos outros “povos”... e depois de tomar o poder - - que é algo que se precisa conhecer da nossa História ! (sugiro leitura do 18 Brumário de Bonaparte e Guerras Civis em França, de Karl Marx e também do Manifesto Comunista, de Marx e Engels) -- trai os camponeses. E essa parcela(a maioria da nação, sempre...), traída, continua, pelos séculos a fora, a ser chamada de POVO: os camponeses e os artesãos, que depois vão se transformando em operários, ou seja, artesãos assalariados. Com o desenvolvimento do modo de produção capitalista, cada vez mais artesãos (e camponeses) se transformam em assalariados e hoje apenas os camponeses ainda são POVO. Porque os Operários já estão conscientes de que se constituem numa Classe ( a classe revolucionária) e somente o POVO ainda não se deu conta da sua força. Bem, aqui no Brasil, por exemplo, já temos uma minoria desse povo (que ainda é a maioria da população do País) que já tomou consciência da sua situação social e histórica e se organiza = já há 25 anos = em torno do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra ( MST). E o restante desse Povo Camponês ? O que fazem os trabalhadores rurais produtivos ?
Se organizam em cooperativas capitalistas... em regime de economia familiar ( a maioria da produção que nutre o mercado interno) e na grande parcela do “povo do agro – negócio”, que servem de mão-de-obra assalariada aos conglomerados transnacionais que exploram as áreas rurais, com “financiamentos” dos bancos brasileiros.
Esse povo aí é Polvo ... não é Lula.

(Diário do Bardo - Joyce Pires - 08 abril 2009)
: O ÔCO (30 junho 2009)


O ôco da árvore ronca a cuíca
na imensidão da noite tão clara
nessa escuridão sem fim
dentro do quarto crescente
Na esfera aparente
Mediática
Extática
Exatamente aqui onde tudo recomeça :
Dez anos de espera
Ameaça de morte
Ou sorte :
O oco da árvore é por dentro
o recheio da massa comunicando
Uma certeza de lua cheia
na imensidão da incerteza :
Haverá alimento para tamanha fome
Toda a fome do mundo
Cantando assim :

(Lógica e Tal - Joyce Pires )
MEU SINAL (19 AGOSTO 2009)


Definitivamente
ontem fiquei sabendo
através da defensora pública
que a Justiça Federal
negou minha aposentadoria como trabalhadora rural
porque eu tenho uma profissão !
Como se trabalho rural não fosse também profissão...
É que na carteira de trabalho apareço como auxiliar administrativo
no funcionalismo público do ex-BNH
E ali há o registro de jornalista...
Agora me restou apelar novamente ao INSS; talvez pagando mais cinco anos
eu consiga me aposentar por idade.
Já tenho 60 anos; terei 65 então...
Esse é o contexto da injustiça.
No BNH nunca reconheceram a minha atuação;
Trabalhava em desvio de função.
Essa é a minha sina
Ou o meu sinal.


(Lógica e Tal - Joyce Pires)
MANTAS, tecelagem

E quando chega o sol
e amanheço
e não encontro você deitada ao meu lado
ou ainda aconchegada
sopro os teus conteúdos que ficaram ali na cama
para que se juntem aos outros que insistiram
bailando no ar da noite, no escuro do quarto
e os teus conteúdos se misturam
e eu os recolho mais uma vez
e com eles posso tecer malhas coloridas
ou rendados finos e delicados
às vezes, bordados
assimétricos, ressonâncias
dissonâncias
dos teus conteúdos com os meus
multiculturais baceleiras
multidões, diversidades
saudades, mantas de saudades.
Joyce Pires - 12 julho 2009
do livro Lógica e Tal
música 404, em2 ago 09
REFORMAS REVOLUCIONÁRIAS (28 JULHO 2009)

-- Ao mestre inesquecível : Florestan Fernandes, Flor –

- Quebrar a máquina burocrática e militar do Estado; quebra-la, Zerbrechen !
Essa é a condição preliminar para qualquer revolução popular.
Foi isso o que Marx nos ensinou: não basta tomar o poder governamental.
Precisamos desmontar, destruir o Estado; e saber reunir as duas classes populares,
Operários e camponeses, oprimidas pela máquina do Estado, num só objetivo:
Essa aliança é a condição da democracia; é a base para as reformas libertárias.
Começamos suprimindo o exército permanente e a polícia, transformando-os em funcionários.
Os magistrados e os juízes devem ser eleitos assim como todos os funcionários públicos,
Elegíveis e amovíveis; com salários operários ; assim, logo o Estado começa a definhar.
Sem privilegiados, a maioria do povo desempenha as funções civis e de chefias e do poder político.
É a passagem da democracia burguesa para a operária.
A redução dos vencimentos dos altos funcionários se compara ao democratismo primitivo
e ao cristianismo primitivo : verdadeiro espírito democrático e revolucionário !
Salários operários democratizados : ponte entre capitalismo e socialismo.
Essas medidas reformistas são de ordem governamental e política e só podem atingir significação
com a expropriação completa dos expropriadores, ou seja, com a socialização da propriedade
privada capitalista dos meios de produção. Teremos então um governo barato !
O mesmo com o Parlamento : que deve ser uma comuna legislativa e executiva.
Transformar esses moinhos de palavras em assembléias capazes de trabalhar :
Deputados com salários de operários eficientes !

(Lógica e Tal - Joyce Pires)
LENIN FEZ MAS BEBEL NÃO FEZ... (22 julho 2009)


Numa carta a Bebel escrita, em 1875, pelo Anjo Frederico Engels
vamos compreender o Estado : um Estado livre é um Estado que é livre em relação aos cidadãos
então é um Estado com um governo despótico.
Marx já havia dito que o Estado é provisório . É só uma organização que se usa na revolução.
Falar de um Estado popular livre é um contra-senso.
Não é no interesse da liberdade que usamos o Estado, mas para triunfar sobre o adversário.
Porque Liberdade não combina com Estado.
Por isso, Engels nos propõe substituir essa expressão Estado por uma antiga e excelente palavra
alemã, gemeinweisen, cujo sentido equivale ao da palavra commune francesa;
Marx e Engels estavam propondo ao chefe do partido operário alemão suprimir no Programa
o Estado substituindo-o pela Comuna !

- Leia O Estado e a Revolução, de V.I.Lenin -

(Lógica e Tal - Joyce Pies)
- ZERBRECHEN ! (22 julho 2009)

Agora, em 2010 teremos eleições...
Sugiro uma consulta popular, nas roças
para ver o que realmente precisamos fazer :
elegermos novo Congresso, soviÉTICO
com elementos que conheçam as nossas verdadeiras necessidades
Reorganizar, para que o Legislativo nos oriente definitivamente
na direção adequada: pessoas eleitas em cada canto do país
“deputados do povo”, em cada associação, sindicato, enfim
gente da sociedade organizada - delegação de Conselhos
capazes de verdadeira representação
conscientes dos nossos anseios
Gente honesta e revolucionária !
para que possamos criar socialismo
um novo parlamento e um judiciário
Eleitos do povo. Gemeinweisen.


(Lógica e Tal - Joyce Pires)
LETRAS FLEXÍVEIS (07 JANEIRO 2009)

Estava aqui pensando comigo em desvãos... e lembrei de algo que me ficou daquele dia em que tentei conseguir um blog, na Internet.
-Você já se deu conta do significado daquelas malditas letras tortas ? - É um teste.
Qualquer serviço na Internet exige que você passe por essa “prova iniciática”.. um site, um blog, orkut ou mesmo um simples endereço, um e-mail... você passa por aquele momento infernal: são LETRAS, não é uma palavra com um significado, são apenas letras tortas, que se contorcem, umas sobre as outras, largadas no espaço, ora viradas para um lado, ora em profundidade, alongadas ou achatadas, desfocadas; letras que nos obrigam a revirar a visão, para encontrar o quê ? - O percepto.
É isso: um teste de percepção. Se você não consegue “ler”, tem que iniciar todo o processo, preencher novamente o questionário, até chegar nelas outra vez. E aí, elas estão ainda mais tortas !
É um verdadeiro suplício e você tem que ser paciente... e persistente.
Lá pela terceira tentativa, é claro que você começa a adestrar a visão e já consegue perceber a letra correta, apesar da tortura... – É um teste neurológico, psicológico.
O que significa tal prova iniciática ?
Para entrar e participar da Rede interativa, você precisa estar com o seu cérebro (hardware) adequado, ou melhor, flexibilizado. E, especialmente, você tem que estar com a percepção disponibilizada, com seu Soft preparado para as múltiplas possibilidades da Rede.
Aqui, vamos encontrar, talvez, algo mais do que uma simples capacidade ou faculdade perceptiva. Talvez, um Padrão, que enforme ou mantenha algum tipo específico de comunicação. – Será ?

É claro que essas Letras iniciáticas não estão ali por simples divertimento. Não são inocentes...
Se você não passa do teste, não entra na rede. É claro que você pode pedir pra um amigo fazer para você... Mas, de qualquer forma, a coisa existe e está lá para realizar algo. – O quê ? - Sua Digital Mental !
Vamos lá, tente ler aquelas letras : primeiro seu olho vai virar de lado, depois talvez se vire para o outro; logo vai dar uma cambalhota. Então, na letra seguinte seu olho vai se esticar como um elástico até atingir o desenho sinistro de um L alongado de lado, numa tortura improvável e aí você talvez comece a perceber algo que estava apenas no imaginário, um significante tão absurdo... imagem sem conteúdo, mas : sempre restará um leve traço que te remete a alguma formação significativa. Tente novaMente. Seja mentalmente flexível... e será capaz de interagir. Seja meditativo e mediativo... ou abra mão da inclusão ! É um padrão perceptivo : percepção, perceber, refletir, flexão, reflexão, dobrar-se sobre si mesmo; olhar para trás: flectere, “curvar-se”: reflexo, retorno.
O computador é uma projeção do cérebro humano. A Internet é uma projeção da imaginação humana, ou se preferir, da consciência coletiva (ou inconsciência), do imaginário e do simbólico... do Ajnachakra (do Yoga), da intuição humana.

Por isso, cuidado, há perigo na esquina... Reflexão é uma atitude de prudência da liberdade humana, face às necessidades das leis da natureza. É um ato espiritual de sentido contrário ao desenvolvimento natural; um deter-se, lembrar o que foi visto.
Sempre que projetamos um de nossos órgãos ou faculdades, no espaço... atrofiamos o nosso próprio.
Já nos disse McLuhan (in Understanding Media – 1960). Reflexão é uma tomada de consciência. Mas, que não seja espelho apenas.
O que fazer ? Não exagere, o uso da rede. Seja econômico, quando usar; menos tempo de exposição. Não faça do seu computador uma arma contra a sua inteligência intuitiva. Use mas não abuse. Esse é o caminho do meio. E medite. Sempre.
Computador, assim como deputado, amputar, putativo, computar, reputação... são palavras com raiz comum : puta - em latim, era uma deusa muito antiga e importante. Vem do verbo putare, PODAR, cortar os ramos de uma árvore, pôr em ordem, “pensar”, contar, calcular, julgar - PUTA era a deusa que presidia a podadura. Assim, temos os derivados de putare em nossa língua, como computador, todos com o sentido de cortar, calcular, julgar, ordenar, pensar e discutir. O sentido pejorativo surgiu num texto de 1180 ou 1230 e se relaciona com o fato de certas mulheres (e homens) se entregarem não só para obter a fecundação da tribo, da terra e de plantas e animais, mas também para receber dinheiro para o templo (“prostitutas sagradas” ou hierodulas); assim, tanto puta quanto meretriz (meretrix ou “a que recebe seu soldo”) tomaram o sentido atual. Mas, no início, eram mulheres que “trabalhavam para a deusa-lua”.

O que importa aqui é o sentido de PODAR.
Cibernética, a ciência da computação, é a ciência do controle (kubernetic)... O que significa : algo que poda, para controlar ?
Ali você deixou a sua DIGITAL MENTAL ! Atenção !

Um padrão perceptivo múltiplo e flexível
ou um padrão massificante ?

Uma ótica desconstrutiva
Uma estética reconfigurante ?

Uma nova perspectiva coletiva
Um labirinto de Minos, com ARIADNE !

_ para uma civilização IRÊNICA.

(Diário do Bardo - Joyce Pires)
LÓGICA E TAL (30 JUNHO 2009)


- Eu tenho a lieberdade analógica e digital
mesmo sem a permissão liberal..
Eu tenho a lieberdade porque eu amo
mesmo que o Nosso Amor não seja lei
nessa formação opaca e patriarcal
Eu tenho a lieberdade de expressão
ainda que amordaçada
Eu tenho a liberdade de ação
Eu tenho o sim e o não :
controle remoto ao alcance da mão !
Eu tenho a lieberdade de amar você
e tocar seu corpo
Beijar você e tanto
e é tal e tão
assim só
na pele.

(Lógica e Tal - Joyce Pires)
HADRION (14 JULHO 2009)

Às seis da manhã ela já está lá
nas ondas dos clássicos
da MPB, cuidado de mim
e é tanto carinho
e tanto cuidado nas escolhas
que até me emociono
com o enredo
e me permito ficar assim
na sua companhia macia
nesses retiros espirituais
revelando os segredos imaginários
da nossa formação social
em busca talvez de uma resposta
que nunca virá; ou virá !
Índio impávido
e tranqüilo eu vou ouvindo
a cada manhã, ela dizendo
que fica com você até às dez e meia
e chego a amar essa Radiância
trabalhadora incansável que cuida
com tanto amor do meu ouvido !

(Lógica e Tal - Joyce Pires)
G 20 (03 abril 2009)


Um espectro ronda a Europa. É o espírito humano ... do comunismo.

A crise atual (cíclica ?) do modo de produção capitalista está condicionando atitudes realmente surpreendentes e inovadoras - como essa, agora, durante a reunião da cúpula de Presidentes dos Vinte Países “mais desenvolvidos” : o G 20 (Grupo dos Vinte), que inclui desde os USA até o nosso Brasil. Onde, aliás, acabamos de saber, se encontra o Presidente da República , o Lula, mais popular do mundo...
Essa reunião do G20 pretende ser uma “organização para a cooperação mundial”, um primeiro passo, para a nova regulamentação dos capitais globais... E, segundo o Lula, o Brasil vai emprestar dinheiro ao FMI, para ajudar os “países pobres”. É; as coisas mudaram. De “devedores” passamos a “credores”. – Será que nos transformaremos, algum dia, em “agiotas” ? Ou nessa Nova Regulamentação seremos protagonistas, seremos os líderes da verdadeira mudança ? : aquela que inclui Justiça e Liberdade. E aplica a Lógica da Fartura, substituindo a da Usura...
Teremos uma segunda reunião do G 20, para reavaliações das decisões tomadas na primeira, como por exemplo, a necessária fiscalização dos chamados paraísos fiscais (a Suíça e Luxemburgo foram incluídos na lista, o que causou muito constrangimento...), onde os capitais internacionais são “desviados”.

_ Sim: os capitais precisam voltar para a Terra ! Mas, numa Nova Divisão Internacional do Trabalho.

(Diário do Bardo – Joyce Pires)
O QUE É IDEOLOGIA (03 abril 2009)

Na história das ideologias, tivemos um primeiro estágio durante o século XVIII em que ideologia
significava “ciência das idéias”, que era um conceito sensorialista, do materialismo francês : o
método dessa ciência era uma análise das idéias, ou seja, uma pesquisa da origem das idéias, que decompostas em seus “elementos originais” acabam sendo apenas “sensações”... ou quem sabe uma “potência do Espírito”.
Depois, já no século XIX, ideologia passou a significar um “sistema de idéias”, também um conceito do materialismo; esse “sistema” seria produto de uma personalidade, de um “ideólogo”, que pode ser um filósofo ou até mesmo um médico, um psicólogo ou um sociólogo.
Hoje, podemos compreender melhor o que é uma ideologia, sem nos apegarmos a esses valores já ultrapassados.
A ideologia é uma dimensão da superestrutura de uma formação social (sociedade), historicamente orgânica, ou seja, necessária a uma determinada estrutura socioeconômica e que permite a reprodução das relações sociais e de produção vigentes. Esta é a validade psicológica de uma ideologia orgânica (isto é, não arbitrária ou racionalista, saída do cérebro de um indivíduo qualquer), daquela que organiza as populações humanas, preparando o espaço para que a consciência se manifeste e as classes possam saber como atingir seus objetivos. Tal ideologia é realmente uma concepção teórica, que se realiza enquanto se alimenta, numa simbiose semelhante aquela entre a flor e o colibri.
Uma tal ideologia tem a “solidez das crenças populares” ou a mesma energia de uma força material - disse-nos Marx. Imaginação ativa.

Nessa “história das ideologias” podemos agora acrescentar o momento de superação ideológica, quando as forças materiais - forças que se constituem de energia e consciência - se organizam globalmente, no sentido, afinal, da realização do socialismo como modo de produção hegemônico. A ideologia materialista transforma-se dialeticamente em consciência realista, aquela que vê além da ideologia e tem a força da realização.

O materialismo histórico e dialético não podia deixar de ser uma fase crítica e polêmica da filosofia. “Materialismo” era qualquer doutrina que excluísse a transcendência, o que colocava do mesmo lado o panteísmo, o imanentismo, o “realismo político” romântico, tudo o que se opusesse ao espiritualismo e ao idealismo. O que o “senso comum” entende por materialismo é o que se encontra nesta terra e não no paraíso. Para o europeu do século XIX a América era “materialista”, porque utilizava muitas máquinas e as empresas e os negócios excediam um certo limite considerado “justo”...

_ Depois da reunião de ontem do G 20 ... isto se esclarece.


(Diário do Bardo - Joyce Pires)

ERNESTO (12 julho 2009)

Acaricio sua sobrancelha negra
com a ponta do polegar
depois a face, sob o olhar
com delicadeza
de baixo para cima
para ver se ele me dá
aquele seu sorriso largo.
Agora sinto seus lábios
tentando pressentir palavras
do seu diário revolucionário
num momento, aquela frase popular
sobre la ternura que não se perde
jamás ( e toco o sulco central na testa)
depois, algo sobre o amor
que nos move na transcendência
dos limites impostos pelas classes
dominantes
e do que precisamos fazer.
Então, vejo seus olhos assim tristes
abertos na fotografia e tão vivos
e percebo o que ele diz : uni-vos !


(Lógica e Tal - Joyce Pires)

ECO (30 JUNHO 2009)

Perdi minhas cabras para a violência dos cães e dos vizinhos
Perdi um amor dividido
Deixei cortarem o grande Eu calipto
testemunha do nosso encantamento
E estou vendendo um pouco de chão
nessa troca simbólica sem fim.
Minha casa foi estuprada, roubada, violentada
A varanda desabou, o galpão caiu
a dissolução tudo destruiu
E por aqui restou apenas a tua voz
ecoando na lareira.


(Lógica e Tal - Joyce Pires)

CICLOVIAS

Antes de dormir penso em você
Pra ficar em paz
E quando a saudade é demais
Eu preencho com teus conteúdos
E alcanço o céu dos justos
Nos teus braços, a magia
Em tuas mãos, alegria
E nos dedos a grande arte
De compor sinfonias
Com harpas e violinos
Trompete, piano e címbalos
Às vezes, algo mais simples
Um sambinha de raiz, desses que aparecem
De repente, quando a gente menos espera
E nos toma espontaneamente
Outras noites, compomos ciclovias espirais
Alçamos vôo e ficamos assim cantando juntas
No ritmo ardente das estrelas.

Joyce Pires, em 12 julho 2009
do livro Lógica e Tal, letra da música 403
composta em 31 julho 2009.

CENTELHA (17 JULHO 2009)

Às vezes tenho a impressão obscena
de que a vida é mesmo feita de cenas
pura imaginação, delírio, magias
e então caio em mim e tão fundo
que um sentido se deixa ver no mundo
e isso é outra cena, mas com significado
O que vivo hoje é fruta
dos anos duros
daquilo que não foi dito
e fermentou como uva
no fogo úmido
no ritmo das estrelas
para hoje cintilar
coriscos impulsionantes
rebrilhamentos dos teus olhos
no centro do ser
E a minha vida se assemelha
na centelha que nasceu em você.


(Lógica e Tal - Joyce Pires)

BE E (15 maio 1997)

O espírito é um operário
um trabalhador especial
e a natureza
é a sua matéria-prima :
com ela ele cinzela
favos de mel.


(Tântricos Poemas – Joyce Pires)

A MORCEGA (30 junho 2009)

A morcega deixa vestígios e sementes no chão do hall
A morcega uiva um grito sem som
A morcega alça vôo com asas de patas
A morcega se espanta com luz
Mas, como ? se é cega...
O berro da morcega não se ouve
Na luz que ela não pode ver :
Porque a morcega escuta no que não pode ver
O eco do seu ser.
A morcega vive no escuro, dona da noite sem lua
Come seus frutos e ama no escuro
Flutua entre as estrelas sem vê-las
Bailarina ecológica
A morcega.



(Lógica e Tal - Joyce Pires – letra da
Música 405, em 06 agosto 2009)

A HORA DA COLHEITA (04 abril 2009)

Uma formação social, ou melhor, uma formação econômico-social é a totalidade de relações de produção determinadas, cujo desenvolvimento é um processo histórico natural. Não é uma “sociedade” ou um agregado mecânico de indivíduos que está sujeito a mudanças segundo arbítrio de autoridades ou governos ou de interesses particulares, que nasce e se transforma ao acaso... Uma formação social se desenvolve de acordo com certas leis materiais, num processo que é histórico e dialético, ou seja, de acordo com as leis da luta de classes e da revolução. Isto que Karl Marx chamou de lei de desenvolvimento da história humana - que é a mutabilidade das formações sociais.
Em Para a Crítica da Economia Política, Marx nos diz assim : “Na produção social da sua vida, os homens entram em determinadas relações necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada etapa do desenvolvimento das suas forças produtivas materiais”. A totalidade destas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se ergue uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas da consciência social. O modo de produção da vida material é que condiciona o processo da vida social, política e espiritual. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, inversamente, o seu ser social que determina a sua consciência. Numa certa etapa do seu desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes, ou, o que é apenas uma expressão jurídica delas, com as relações de propriedade no seio das quais se tinham até aí movido. De formas de desenvolvimento das forças produtivas, estas relações transformam-se em grilhões das mesmas. Ocorre então uma época de revolução social. (Zur Kritik der politischem ökonomie (1858) – Karl Marx)

Nessa contradição entre forças produtivas materiais e relações de produção capitalistas está a possibilidade de mudança. A dialética não é um processo de evolução reformista.
Trata-se da organização dos trabalhadores em classe revolucionária e a conquista da democracia.
No momento em que compreendemos que as condições objetivas da transformação estão maduras só o que precisamos fazer é... colher os frutos.
As relações de produção capitalistas, dominantes hoje, no mundo, estão detendo o desenvolvimento completo da humanidade. Não vamos deixar os frutos apodrecerem; não é mesmo ?!
O mundo tem fome, de alimentos, de justiça e de liberdade.
E essa colheita é obra para o conjunto daqueles povos que estão com fome. Então,
UNI - VOS !!

(Diário do Bardo – Joyce Pires)

Em Salinas outra vez


Em Salinas, sem luz elétrica

Sem água encanada

A casa destroçada pelos ladrões

Mas com a comunidade (sem o Estado)

Com certeza vou recomeçar a viver aqui

Mais uma vez

Cumprindo o Dharma.

É quase como em 72

Quando comecei a construir a casa

E o galpão, agora no chão...

Um novo ciclo, retelhar a casa

Sem as heras

Recuperar o fogão à lenha

Pintar as paredes, caiar

Consertar a varanda detrás

Que desabou o telhado

Limpar a casa

E secar o piso

E viver em liberdade

Sem os tiranos e suas manias !

Diário do Bardo - Joyce Pires – 30 dezembro 2008

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O Amor

O amor não tem oposto. O contrário do ódio é a indiferença. O amor é uma dupla negação. O amor é síntese. (Buda Vajrasambhava)

Quetzal (29 julho 2009)

Divino Quetzal
maia
ave trogonídea resplendente
resplandecente
elevando seu penacho reluzente!
Sagrado Quetzalcoatl
meu chocolate, colorido e brilhante
maravilhoso rabilongo americano
Tuas plumas múltiplas e cintilantes
em adoráveis sínteses
circulando em magníficas espirais
hão de nos guiar, quando chegar a Hora
Divino Quetzal tropical
ave e serpente sagrada emplumada
supremo fundamento do Tao
na paisagem central, meu curiango
rutilante DiAmante.

(do livro Lógica e Tal - de Joyce Pires)l

Diário do BARDO (28 março 2009)

Diário de Bordo - o livro que começou a bordo e acabou no bardo.

O Diário de Bordo,a bordo do barkfly, é a narrativa, de um veículo especial, que me permite ver o real.
O Diário de Bardo é o canto de um bardo celta, deste ário, esse ariano, adorador de Ariadne, esse cantor de Ariadne.
O Diário do Bardo é o testemunho de uma estadia no estágio intermediário entre a morte e o renascimento, nessa espécie de reciclagem, um casamento do simbólico com a simbiose.

Joyce Pires

O socialismo é obra de quem acredita nele (31 março 2009)

Na dimensão social, o realismo consiste de relações sociais, históricas. Não existe a realidade em si mesma, em si e por si. A realidade existe apenas em relação histórica com os seres humanos que a modificam. Isto é a visão realista da realidade.
Objetivo significa "humanamente objetivo", que é "historicamente subjetivo". Não há uma "realidade objetiva" do mundo. É óbvio que o mundo exterior existe, é real, independentemente de mim mesma, do sujeito... O senso comum, condicionado pelas ideologias religiosas, crê que o homem já encontrou o mundo pronto, já que ele foi criado por Deus - antes da criação do homem... por isso, os homens pensam que o mundo exterior é objetivamente real. A concepção historicamente subjetiva entende que o mundo é humanamente objetivo e nisto está a subjetividade: objetivo significa, aqui , o "universal subjetivo" - o homem conhece objetivamente na medida em que o conhecimento é real para todos os seres humanos, historicamente reunidos, unificados, numa cultura unitária, consequente de um processo de unificação que supera as contradições internas da sociedade humana. Essa unidade do mundo consiste em sua materialidade, em sua concretude histórica ou objetiva. O espírito é um ponto de chegada: alcançar a unificação cultural do gênero humano. Esta é a visão realista.
PRAXIS é ação histórica, consequente de uma consciência teórica e crítica - que possibilita a direção orgânica da classe trabalhadora para realizar a hegemonia e recriar o mundo.
O realismo é a síntese. No processo de transformação social, histórico e dialético, a primeira negação do idealismo é o materialismo. A segunda negação implica um salto de qualidade: o realismo. Isto é a dialética. A catarse é o salto dionisíaco.
O realismo histórico e dialético é uma nova concepção do mundo, uma nova filosofia ou weltanschauungen. É uma filosofia crítica e coerente; a filosofia da prática revolucionária, a filosofia da classe trabalhadora.
O realismo é a síntese, que nega duas vezes o idealismo burguês. É um processo de purificação.A catarse é a passagem do momento econômico ao momento ético-político, a elaboração superior da estrutura em superestrutura na consciência dos homens. É a passagem do objetivo ao subjetivo e da necessidade à liberdade. A mesma força exterior que subjuga o ser humano, assimilando-o e tornando-o passivo, se transforma em instrumento de libertação, criando uma nova ética e uma nova política e o indivíduo torna-se sujeito e objeto, com os seus carecimentos radicais; uma unidade, no sentido de uma transformação da sociedade. O processo catártico coincide com a realização das sínteses que resultam do desenvolvimento dialético.
O socialismo é obra de quem acredita em si mesmo; de quem acredita nele.