terça-feira, 21 de julho de 2015

DE ALGUNS MENINOS



DE ALGUNS MENINOS (26 junho 2013)

Me pega pela mão e me leva com você
assim como segurei a mão de Lorca
no Divã e mergulhei
no coração dos meninos.
Agora eles estão nas ruas
e clamam pela verdade.
E neles está palavra
sentida do meu verbo.
Não há outra maneira de viver
compartilhar a vida e a poesia.
A vida segue espontaneamente
no fluxo organizativo
porque é humana e neguentrópica.
Poesia, a voz do espírito
é o caminho da beleza
e da sensibilidade
 e nos leva até lá.
Me pega pela mão e me leva
com vocês
assim como segurei
nas mãos a água
e reacendi a chama.
No coração de alguns meninos.

(Joyce Pires – Poesia – letra da música 451
em 16 julho 2013 – Ao meu bem amado eterno
Federico Garcia Lorca e alguns meninos...)

segunda-feira, 20 de julho de 2015

A IMAGINAÇÃO CRIATIVA



A IMAGINAÇÃO CRIATIVA (12 janeiro 2000)

A imaginação verdadeira é uma evocação ativa de imagens interiores, segundo a natureza, e constitui a verdadeira função do pensamento ou do poder de representação mental, que não tece fantasias aleatórias, sem meta ou fundamento; não joga com os objetos, mas procura captar a realidade interior através de representações fiéis à natureza. Esta atividade é um OPUS (obra). É um trabalho exato, cuidadoso e consciencioso através do qual o sonhador recupera e elabora o conteúdo que abre passagem do inconsciente para a consciência. Nossa vida é um sonho que recriamos a cada dia e libertamos durante a noite.
Todo desconhecido e vazio é preenchido com projeções psicológicas; é como se o próprio fundamento psíquico do investigador se espelhasse na obscuridade. O que se vê ou pensa ver na matéria são principalmente os dados de seu próprio inconsciente nela projetados. Precisamos ser conscientes da natureza psíquica das transmutações alquímicas.
 A projeção nunca é feita; ela acontece, ela está aí. Enquanto praticamos, enquanto realizamos nossas experiências alquímicas, vivenciamos conteúdos psíquicos; na realidade, são vivências do inconsciente, projeções.
 As projeções de conteúdos primordiais repetem-se todas as vezes que o ser humano tenta explorar uma escuridão vazia preenchendo-a com formas vivas. Há que ter discernimento.
 A matéria forma-se por um efeito de ilusão, que é a imaginação verdadeira.  Ela possui o poder de informar. São as fontes de revelação. Essas visões são iluminações divinas, que transcendem a razão – e só ocorrem no momento exato em que devem ocorrer. É a luz da natureza. Mas, é preciso usar o olho espiritual. É o olho do Ajna chakra quem desencadeia o processo. Ele é a imaginação ativa, a inteligência coletiva, que produz Prajna, a sabedoria transcendente ou intuitiva.
 O psiquismo é físico e espiritual. A energia Kundalini só está desperta em corpos saudáveis. Então, a Arte alquímica só se realiza quando não há debilidades (obstáculos) no artista. É essencial a integridade (ser um); ou seja, a consciência das polaridades e/ou anulação da diferenciação sexual e dissolução da própria identidade sexual em bissexualidade. A Kundalini é a sede da consciência superior e infinita; é a fonte transcendente de energia, um reservatório de criatividade e informações, a força inteligente, o dinamismo evolutivo, a força vital capaz de recriação. No “coração”, ela se manifesta em insights, compreensão profunda e novas idéias. É o poder do amor.
 O segredo oculto dos sábios é o conhecimento do sal e sua solução. Dirige teu espírito para o sal da liberdade: a imaginação criativa, verdadeira. Este é o terceiro termo, a síntese, a consciência.
 Há no corpo humano uma substância metafórica e/ou metonímica, de natureza tríplice (metafórica, física e psicológica ou ética), que é um remédio, um medicamento infalível. É uma substância arquetípica, primordial, chamada Verdade (veritas).   Essa verdade só a mente espiritual (Ajna chakra) percebe. Sua força é tão grande que opera milagres. Toda Arte consiste nesta verdade que liberta o espírito de suas cadeias. É a força suprema no corpo humano; a “luz dos filósofos”, a “chama que sai do negrume violáceo”, a “pérola”, a “Flor”; a “árvore” que nasce na cabeça de Eva (encéfalo) – egkéfalo (ego-falo).
  “A casa do tesouro da sabedoria hermética repousa sobre o fundamento de 14 virtudes principais: saúde, humildade, santidade, castidade, força, vitória, fé, esperança, amor, bondade, paciência, moderação, atitude ou compreensão espiritual e obediência”.
  A psiqué do artista está ligada à obra, como mediadora e como origem e ponto de partida (start), por isto é importante a constituição e a atitude mental e psíquica do alquimista. No começo da obra basta aborda-la com espírito livre e vazio. A mente deve estar em harmonia com a obra e deve estar acima de todas as coisas. O espírito dever ser sutil, paciente e perseverante, dócil e constante. Não deve ser voraz ou cobiçoso, apressado ou presunçoso, nem grosseiro ou rígido, indeciso ou inconstante. Deve ser correto e profundamente compreensivo, humano, alegre e feliz. A arte é uma concessão divina e só pode ser realizada através do amor decidido e perfeito; com devoção.
 - A imaginação é o astro no Homem, as forças do corpo e da alma.

  A imaginação ativa é a chave que abre a porta para o segredo do Opus. O lugar ou o meio para a realização é o espaço intermediário da realidade sutil, que se expressa adequadamente através do símbolo. O dragão alado é a vivência, a visão do alquimista trabalhando no laboratório (labora e ora): teorizando. O dragão é um símbolo que combina o princípio ctônio (terra) da serpente, com o princípio aéreo do pássaro. É uma variante do mercúrio (Hermes), o Hermes alado que se manifesta na matéria, deus da revelação, senhor do pensamento e psicopompo (guia da alma).  O dragão é o uno, o todo holístico, uróboro.
  O conhecimento secreto só é recebido por inspiração. É a realização de nossa verdadeira natureza, o si mesmo (self), o cristal puro, o diAmante.

 (Joyce Pires – Hathanoir)

OVOS DE JOYANANDA


MÚSICA É PERFUME



MÚSICA É PERFUME

É um insight meu, utilizado na letra da música O AMOR, postada no blog em 2008. O Amor foi escrita em 17 de agosto de 1998, no meu livro Graça Divina e a música, 113ª, me veio em 28 de novembro de 98. Foi enviada, com outras cem... para a serpente emplumada cantar.

O AMOR
Como o lótus, que expande raízes na lama
e dela se alimenta
produzindo flores divinas,
frágeis flores de puro perfume
com poderes de cura,
também nesse úmido chão
‘elevada mãe”, firmo meus pés
no fundo do poço,
para o supremo impulso
em direção ao céu:
as MÚSICAS são essas flores
a poesia, o PERFUME
que brotam do lótus do meu coração.

- E foi com esse insight meu que a serpente emplumada começou a chocar os ovos de joyananda...

domingo, 19 de julho de 2015

A SATISFAÇÃO DO ARTISTA



A SATISFAÇÃO DO ARTISTA

ao compor sua obra é uma experiência íntima, que se basta, não depende de
exposição. Quando veiculada,  a obra do artista é recriada e então já é outra, a satisfação alargada, ampliada, uma comunhão compartilhada.
Assim a obra se completa no outro que se recria a si mesmo ao recriá-la. E a obra é transcendente ao tornar-se transpessoal. Só assim é revolucionária.
Privar artista e obra da veiculação é interromper o processo cultural necessário à renovação social. É algo perverso, cometido através de veladas atitudes que camuflam a luta ideológica das classes, prática usual da dominação capitalista. Adiar a veiculação da obra do artista é um crime de censura, um ato reacionário e conservador que limita o artista ao papel de bode-expiatório.
Mas, o artista liberta-se: é bodisatva!

(Lógica e Tal – Joyce Pires – 30 dezembro 2012)

O CORPO DA MANIFESTAÇÃO (LIEB)



O CORPO DA MANIFESTAÇÃO

Isso que o Yoga chama Duplo Etérico, é o corpo da manifestação nesse plano de vida, da quarta dimensão. É um corpo intermediário entre o físico e o sutil, um corpo feito de Prana, ou seja, de partículas subatômicas, como os fótons de luz. Não é o elemento chamado oxigênio, o ar. É o éter, o quinto elemento alquímico, do espaço da manifestação Akasha, conhecido na cultura africana como Orun. É a dimensão do Som, espaço das ondas-partículas eletromagnéticas, onde a Vida tem início. Para os tibetanos é o Sambogakaya (consumação) e encontramos o portal na dimensão do VishuddhaChakra, o quinto centro de transformação das energias; em nosso organismo humano, na linguagem verbal. E a Poesia expressa em LIEB.

(Lógica e Tal – Joyce Pires – 31 dez 2012)

DE SI



DE SI     (02 agosto 2011)

Você olha. Você vê. Ouve.
E intui.
Quando você transcende a imagem
O horizonte é expandido
E você transita sem receio
Além do próprio seio...
Na noite imensa.
E compreende:
Que há prisão
Nos que traficam
Nos que prendem
Nos que consomem
Nos que investigam:
O mundo do crime é uma esfera
Das formações sociais capitalistas
- a prisão dos alienados -
E não importa de que classe for.
São todos farinha do mesmo saco.
São condenados de uma quadrilha
Com metástases dos becos até o Senado
Passando por todos os aparelhos do Estado
Pelas vielas das favelas e pelas milícias.
Por todas as polícias.
Da zona norte à zona sul,
Nas mansões do lago do lado sul
E nos campos de crack e oxi
Das linhas férreas.
São todos condenados das trevas:
Produtos de uma insana esfera
Do modo de produção que acumula
Em vão: sub-produtos da semana
No mercado; brutos abruptos
Da brutalidade desumana.
Presentes em todas as guerras. Feras.
Quando você transcende a imagem
Vê a aura de toda gente e compreende:
A natureza e o trabalho criam o ser humano.
Você é o que faz, o que pensa, sente e fala.
E o que projeta de si.   Artífice.

(Lógica e Tal  -  Joyce Pires)

sexta-feira, 17 de julho de 2015

COMUNICADO

Estou me dando ao trabalho... de comunicar que esse site de fotos de joice cesar pires que aparece na web logo abaixo do meu Diário de Bordo NÃO FOI CRIADO POR MIM, apesar de mostrar ali fotos da capa do meu livro Instante: vida e morte.  E também NÃO estou no Facebook.                        Joyce Pires (Joice Terra Cesar de Mello Pires) ou joyananda ou Buda Vajrasambhava. 17 julho 2015. joicecesarpires@gmail.com

quinta-feira, 16 de julho de 2015





A SERPENTE EMPLUMADA CHOCA OVOS DE JOYANANDA Há dezessete anos




AFINAL, A LIEBERDADE ! (05 abril 2011)

Sobrevivemos para ver esse dia
Amanhecendo com a nova canção
Da nossa cidadania
Andrógina
Afinal reconhecida
Pelas engrenagens supremas
Brasileiras.
Nossas uniões homossexuais
Aceitas agora pela Justiça
São o início da possibilidade
Para o desenvolvimento
Da Lieberdade.
Nossas filhas poderão nascer
A partir de nossos óvulos
Com a transferência
De material genético,
Como eu sonhei quando era jovem.
Agora, vou pedir minha rainha
Em casamento...

(Lógica e Tal  -  Joyce Pires)

quarta-feira, 15 de julho de 2015

OVOS DE JOYANANDA - podem ser encontrados na Quitanda...


EXCLUSÃO EXEMPLAR



EXCLUSÃO EXEMPLAR  (30 abril 2005)

Se é    para ser excluída
Que seja então em grande estilo
Uma grande e completa exclusão
Absoluta
Divina luta
Armada      bem amada

Se é   para ser excluída
Que seja totalmente excluída:
Da sociedade, da economia
Da intimidade, sexualmente
Politicamente, profissionalmente
Fervorosamente
- uma exclusão libertadora!
  ... da Ordem manipuladora

Se é,   que seja
                       A grande liebertação:
Da integração conformista
Da submissão humilhante
Da perversão capitalista
Da alienação torturante

Que seja exclusão gloriosa
        Magnífica
Numinosa... uma alquimia
       Exclusão revolucionária
        Exclusão luminosa
        Exclusão libertária
E que seja com arte
   A verdade consciente
    Verdadeira inclusão
     serenaMente

(Lua Nua  -  Joyce Pires – letra da
 Música  417, em 13 março 2012)

terça-feira, 14 de julho de 2015

OVOS DE JOYANANDA


SEM TEXTO



SEM TEXTO  (03 novembro 2009)

É essa dor maior
Que me campeia os prados
Árduos remansos de saudades
É ver assim na tua voz, através dos anos
As minhas imagens e sentimentos
Breves momentos, tal entrega
Reelaborados, serem cantados
Para me manter distante
Me ter assim, reconfigurado
O meu amor ?
Me ter assim, ausente presente
Ofertado, calado, amordaçado.
É essa a dor silenciosa
Infiltrando-se na sonoridade
Nos timbres, nas orações.
Para que saber a hora ?
Se não posso compreender essa demora
E o meu texto fora do contexto.

(Lógica e Tal – Joyce Pires,  letra da música 409, de 18 maio 2010)

PASSE LIVRE



PASSE LIVRE (28 junho 2013)

Passe livre para o eterno aprendiz
Que deseja reconstruir esse país.

Passe livre para os que já passaram
Há mais de quarenta anos
Pelas ruas e enfrentaram

A ditadura mudou de fisionomia
Deixou o militar nas ruas
Mas continua burguesa e econômica
Mantendo sua hegemônica isonomia.

Passe livre, liebertando; o arco-íris !
Porque a liberdade não tem cura
Liberdade é a cura: da sociedade.

Passe livre aos revolucionários
Aos artistas recriadores, para amar.
Passe livre aos rebeldes humanizados
Que não se deixam assimilar.

Passe livre já liberando
A passagem dessa banda
E ao canto libertário.

Passe livre aos excluídos desviantes
Aos marginalizados exemplares excluídos
Até do fome zero...

Passe livre sem pasárgadas
Que a terra é nossa terra
E a luz é para todos

Passe livre para o eterno aprendiz desse país.


(Poesia – Joyce Pires – música 448, em 28 junho 2013)

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Compreender a História 2



Compreender a História

não é um serviço fácil. Há que sermos dialéticos. O que vivemos hoje, essa dependência da tecnologia democraticamente paga e cara...é consequente de contratos de serviços aceitos sob pressão do imperialismo, que tem seus próprios meios eficientes de expansão global. Isto se chama internacionalização dos meios de produção e do capital, a tal da globalização. É um processo histórico e dialético. E, por ser dialético, não é um processo mecânico em linha reta, determinista. Ele ocorre na contradição, no movimento das oposições e sínteses, buscando superação, qualidade, complementaridade. A transformação das relações humanas sociais e de produção se aproxima, agora, do último estágio dos ciclos do imperialismo. A mudança será repentina e sofrimentos poderão ser evitados se compreendermos o que precisamos fazer neste período de transição final. As decisões da ONU. Paz ativa. Reestruturação e transparência. Cooperação. Humanidade. Amor.

(Joyce Pires, Buda Vajrasambhava,  em 4 julho 2015)



Agora que a Europa se manifesta tão exigente com a Grécia, e insiste em não socializar a mais valia, em não ampliar sua face tão ampla.... É a hora certa para os BRICS entrarem com ajuda verdadeira, atuando fora do processo de globalização, oferecendo o que a Grécia necessita. Assim, estaremos construindo a alternativa eficiente e redirecionando a História, reestruturando a economia internacional. A estratégia precisa ser ativada, para que o processo de globalização realize a superação dialética, com a socialização dos capitais financeiros. Que a China se manifeste. E o Brasil dê o primeiro passo.  (13 julho 2015 – Joyce Pires)

AMIGOS, PRECISO DE AJUDA



Amigos, preciso de ajuda

para divulgar minhas canções, no blog, no youtube, em algum site de músicas. Há anos que tento e não consigo. Agora, com internet em casa achava que conseguiria, mas aí está o fogo queimando e nem o Passe Livre  passou... Censura térmica?
Quem souber como fazer, apareça. Afinal, 455 músicas estão disponíveis ao planeta, para serem ouvidas...ou não? Qual sentido pode ser senão a comunicação? Tantas assim. E tântricas!
Seremos eternamente gratos. Mahamudra. Joyananda.

sábado, 11 de julho de 2015

PANOPTISMO DA JANELA



PANOPTISMO DA JANELA (11 JULHO 2015)

Esse mês, afinal, a Frinet instalou a Internet no meu computador... e o Windows Media entrou oferecendo atualização com o “onze”. Não conseguiu “atualizar” o soft mas, com certeza, fez toda a leitura, além de bloquear tudo o que havia gravado em mp4 !  Eu já estava desconfiada  e hoje tive certeza. Um arquivo de música com Billie Holiday, Ella, Sarah e Lena Horne, cópia de um CD, apareceu com a capa do disco com as quatro fotos das cantoras, na pasta do arquivo. Isto se repetiu com Julie London, Out of África, etc.  Como pode ser isso? Claro que a conexão abriu para essas informações, com a memória coletiva da janela mágica da Microsoft.
Meu computador foi varrido, todas as informações investigadas, o conteúdo foi lido. O controle é feio assim. Agora está confirmado. E o programa panóptico não está nem aí para o fato de ser percebido. Senão não deixaria esse tipo de rastro. A pista deve ser proposital – para sabermos que realmente somos todos globalmente vigiados. E o invasor ainda insiste em avisar: “você pode ter sido vítima” de um soft falso, quando comprou seu computador, porque o que está aí não é original. Ou seja, além de vigiar ainda exige que seja original...

(Joyce Pires)

Barbara... o rosto e o sorriso, percebidos pela voz e agora confirmados. by joy.


VIVA BARBARA



VIVA BARBARA  (25 junho 2000)

Não importa se o tempo é linear
ou histórico, o amor não tem fronteiras:
irrompe quando menos se espera
até das profundezas da morte
e vem e nos toma e arrebata.
- Ne me quitte pas, Barbara.
Ela entrou na minha vida sutil em 99
como se estivesse ainda entre nós
e hoje, soube que partiu em noventa e sete,
ano do véu fino
quando os portões de emania se abriram
e voltaram as estrelas, da Terra Pura...
para nos proteger e abençoar?  Queria
voar com você, nos seus braços –
minha deusa celta... Por que não me esperou?
Sempre, para sempre, nas asas
dos seus olhos, estarei
para sempre com você na voz...
É tudo telepatia entre nós:
Ma plus belle histoire d’amour
c'est vous... e nem mesmo sei como sorrias
ou como é teu rosto.

(Teia Poética – Joyce Pires -  letra da música 298
em 4 agosto 2001)

terça-feira, 7 de julho de 2015

AS CATEGORIAS DA ECONOMIA

(04 abril 2009)



“As categorias são formas de ser, determinações da existência” (Karl Marx)



As categorias - os conceitos, como por exemplo, Trabalho, Mais valia, Capital, etc – não são elementos de um sistema hierarquizado, estruturado estaticamente. Há uma dinâmica dialética onde as formas de ser tomam existência concreta; ou seja, um processo histórico e dialético onde/quando ser e fenômenos se manifestam, em diversos graus de percepção.

Na concepção do mundo realista histórica e dialética, as categorias estão sempre em relação, interagindo entre si. Cada categoria tem uma específica peculiaridade ontológica e está se manifestando em todas as interações, com outras categorias. São relações concretas, reais, e cada relação é especial.

Marx observou, em 1857, que a economia burguesa confundia duas categorias – produção e consumo – sendo em parte assumidas como idênticas ou excluindo-se reciprocamente ou ainda encaixadas em falsas hierarquias. Assim como ocorria com outras categorias.

Marx supera essa confusão utilizando em seu método reflexivo o movimento dialético, onde “as coisas” ou tendências existentes, heterogêneas entre si, apresentam sempre uma solidariedade contraditória – o par categorial. Aqui Marx privilegia o momento “do Ser”, a determinação ontológica. Então, ele faz uma grande descoberta:

É a produção que determina o objeto, o modo de consumo e a propensão a esse. Marx nos disse:

“Em primeiro lugar, o objeto não é um objeto em geral, mas um objeto determinado, que deve ser consumido de certa maneira, esta por sua vez mediada pela própria produção. A fome é fome, mas a fome que se satisfaz com carne cozida, que se come com faca e garfo, é uma fome muito distinta da que devora carne crua com unhas e dentes. A produção não produz, pois, unicamente o objeto do consumo, mas também o modo de consumir, ou seja, não só objetiva, mas também subjetivamente.”

Aqui, estamos falando do caráter histórico e ontológico dessa relação, quando o consumo se liberta da sua rudeza primitiva e perde seu caráter imediato. Estamos verificando a existência de um grau de desenvolvimento da nossa humanidade. Vemos que surge uma nova relação; a propensão é tomada pelo objeto através de um processo. Há não apenas uma produção material mas também uma produtividade mediada, uma produtividade espiritual.

Isto fica mais evidente com outro texto de Marx, sobre a arte: “O objeto de arte, tal como qualquer outro produto, cria um público capaz de compreender a arte e de apreciar a beleza.

Portanto, a produção não cria apenas um objeto para o sujeito, mas também um sujeito para o objeto”.

Numa outra passagem (dos Manuscritos Econômico-Filosóficos), sobre o desenvolvimento do sentido musical, Marx diz: “A educação dos cinco sentidos é o resultado de toda a história universal até seu tempo”.

A produção só se realiza no consumo. “O consumo cria a propensão à produção; cria também o objeto que atua na produção como determinante da finalidade”. Isso é dialético: realimentação.

Na relação entre determinações reflexivas, assim tão articuladas, é que se evidencia a característica fundamental da dialética realista: nenhuma interação real existe sem momento predominante. Na interação entre produção e consumo, a produção é o ponto de partida da realização ou o seu momento predominante.



Até Marx realizar seu trabalho revolucionário o que havia era um aparato lógico que produzia a forma silogística das categorias da economia burguesa, ou seja, da “economia política”, que Marx criticou. São dessa economia abstrata as seguintes categorias: produção, consumo, troca, distribuição, circulação, valores, etc.

As categorias da economia crítica, marxista, nasceram do método realista histórico e dialético desenvolvido a partir de 1843, quando Marx tinha apenas 25 anos – ele nasceu em 5 de maio de 1818, Karl-Heinrich Marx, na cidade alemã de Trier, às margens do rio Mosela, na Prússia Renana. Foi então que compreendeu a necessidade de unir a teoria e a prática. Em setembro de 1843, numa carta a Ruge, onde Marx esboça o programa da revista que iria criar em Paris, ele fala em realizar uma crítica “como meio de elaborar uma nova concepção do mundo, de abrir caminho para um novo mundo”. E proclama como um dos mais importantes princípios dessa concepção a tomada de partido na política e, portanto, ligar a teoria com as lutas reais.

Nessa época já o jovem Marx compreendia que a emancipação política “é, sem dúvida, um grande progresso; todavia, não é a forma última da emancipação humana, em geral, mas é a forma última de emancipação humana no interior da ordem do mundo até hoje existente”. A sua limitação é consequente da ordem burguesa – resulta da propriedade privada dos meios de produção, que a “revolução burguesa” mantém como instituição social intocável. Ele se refere então a questão da liberdade e diz:

“é a libertação do homem como membro da sociedade civil, do homem egoísta, separado do ser humano e da comunidade humana” (Para a Questão Judaica, publicado nos Anais Franco-Alemães, em 1844).

Já Marx havia entendido que era na esfera da sociedade civil (e não na do Estado) que estava a chave para o entendimento do processo de desenvolvimento histórico da humanidade. Só faltava então compreender onde procurar a força social capaz de realizar a revolução. Grande dialético e já com o domínio do método aprendido com Hegel, Marx sabia que a sociedade continha em si mesma a necessidade da sua própria transformação. A “chave” já estava, na verdade, em suas mãos... exatamente, na sua mão esquerda. O salto veio logo em seguida: A classe que é capaz de realizar a emancipação de toda a humanidade deve ser aquela que se encontra em oposição a toda a sociedade contemporânea, portanto, a classe que se não pode libertar a si própria sem libertar a sociedade. Essa classe social é o proletariado, o trabalhador assalariado. Esse é o papel histórico universal da classe trabalhadora.

Para criar a concepção do mundo da classe trabalhadora Marx precisou desenvolver novos conceitos que pudessem expressar a nova filosofia que nascia da união da teoria com a prática.



São categorias do marxismo (ou do realismo histórico e dialético) as seguintes: modo de produção; formação social; relações de produção; mais valia; capital constante e capital variável; força-de-trabalho; valor de uso e valor de troca; reprodução das relações de produção; fetichismo da mercadoria; trabalho socialmente humano; trabalho excedente; alienação; acumulação do capital; acumulação primitiva do capital; trabalho socialmente necessário; metamorfose das mercadorias; capital fictício; luta de classes; enfim, processo global de produção capitalista; reprodução ampliada do capital... capital produtivo... forças produtivas, desenvolvimento das forças produtivas; meios de produção; reino da necessidade; reino da liberdade; taxa de lucro; estrutura e superestrutura...



“Quando a sociedade atingir formação econômica superior, a propriedade privada de certos indivíduos sobre parcelas do globo terrestre parecerá tão monstruosa como a propriedade privada de um ser humano sobre o outro. Mesmo uma sociedade inteira não é proprietária da terra, nem uma nação, nem todas as sociedades de uma época reunidas. São apenas possuidoras, usufrutuárias dela, e como bonipatres familias (bons pais de família) têm de legá-la melhorada às gerações vindouras”. (O Capital – Livro 3, vol.6 – O Processo Global de Produção Capitalista, p.891 da Ed. Civilização Brasileira / Primeira Edição: Das Kapital, 1894 – Karl Marx, com a little help from his friend F.Engels, o anjo Frederico).



Estava Marx falando exatamente de nós ? Seremos bons pais-mães de família ? Seremos capazes de legar nossa TERRA, MELHORADA, aos nossos filhos ??

É, companheiros, ele já estava pressentindo: o final dessa História. Mas, e a dialética ?! - Ah, diz ele: “O desenvolvimento das forças produtivas do trabalho social é a tarefa histórica do capital e o legitima. Exercendo justamente essa função cria ele as condições materiais de FORMA SUPERIOR DE PRODUÇÃO sem que esteja consciente disso”. Mas, o desenvolvimento da produção ameaça a taxa de lucro, que é o que estimula e move a acumulação capitalista. É “aí no plano puramente econômico, isto é, sob o prisma burguês, dentro das barreiras da compreensão capitalista, do ponto de vista da própria produção capitalista ( que está ) a limitação, a relatividade deste modo de produção, seu caráter histórico vinculado a determinada época de desenvolvimento limitado das condições materiais de produção” (op.cit., Livro 3, vol.4, p.297-8).



- E o sistema financeiro, na globalização atual, como é que entra nessa dialética ?

“O sistema de crédito, pela natureza dúplice que lhe é inerente, de um lado, desenvolve a força motriz da produção capitalista, o enriquecimento pela exploração do trabalho alheio, levando a um sistema puro e gigantesco de especulação e jogo, e limita cada vez mais o número dos poucos que exploram a riqueza social; de outro, constitui a forma de passagem para o NOVO MODO DE PRODUÇÃO”.

“Se o sistema de crédito é o propulsor principal da superprodução e da especulação excessiva no comércio, é só porque o processo de reprodução, elástico por natureza, se distende até o limite extremo, o que sucede em virtude de grande parte do capital social ser aplicada por não-proprietários dele, que empreendem de maneira diversa do proprietário que opera considerando receoso os limites do seu capital. Isto apenas ressalta que a valorização do capital fundada no caráter antinômico da produção capitalista só até certo ponto permite o desenvolvimento efetivo, livre, e na realidade, constitui entrave à produção, limite imanente que o sistema de crédito rompe de maneira incessante. Assim, este acelera o desenvolvimento material das forças produtivas e a formação do mercado mundial, e levar até certo nível esses fatores, bases materiais da nova forma de produção, é a tarefa histórica do modo capitalista de produção. Ao mesmo tempo, o crédito acelera as erupções violentas dessa contradição, as crises, e, em conseqüência, os elementos dissolventes do antigo modo de produção” (op.cit. vol.5, p.509-10).



Como vemos, Marx descreve, no Capital, o processo “natural”, inexorável, de transformação histórica e dialética do capitalismo ao comunismo. Estamos vivendo essa passagem, a transição socialista, com o desenvolvimento completo (global) das forças produtivas. Mesmo que só alguns “iniciados” saibam disso...

- O que falta acontecer então ? : Voltamos ao texto “bíblico”...

“O capital cada vez mais se patenteia força social: tem o capitalista por agente e não se relaciona mais com o que pode criar o trabalho de cada indivíduo; mas, patenteia-se força social alienada, autônoma, que enfrenta a sociedade como coisa e como poder do capitalista por meio dessa coisa. A contradição entre a força social geral que o capital encarna e o poder privado dos diferentes capitalistas sobre essas condições sociais torna-se cada vez mais aguda e acarreta que se dissolva essa relação, e a dissolução implica que os MEIOS DE PRODUÇÃO SE TORNEM SOCIAIS, COLETIVOS E GERAIS. Essa transformação está ligada ao desenvolvimento das forças produtivas na produção capitalista e à maneira como se efetua esse desenvolvimento” (op.cit. vol.4, p.303).



- Pois bem, well... and now ?

Agora só falta mesmo acontecer essa verdadeira DISSOLUÇÃO DIONISÍACA final, ou seja, a COLETIVIZAÇÃO DOS MEIOS DE PRODUÇÃO, para que assim possam pertencer socialmente a todos os trabalhadores.

- Onde o Estado entra ? ... atentando para a categoria ESTADO AUTONOMIZADO NO POLÍTICO : tal autonomia não faz com que o Estado deixe de ser o guardião de uma classe dominante - econômica e socialmente dominante... quando a burguesia perde a capacidade de governar a nação. ( Ver 18 Brumário e Guerra Civil em França, de Marx.)

- Mas, COMO ? Como fazemos isso ?

Ora, está tudo ali, no Capital : Livro 3, volume 5, página 509 – “As fábricas das COOPERATIVAS DE TRABALHADORES, no interior do regime capitalista, são a primeira ruptura da velha forma, embora naturalmente, em sua organização efetiva, por toda parte reproduzam e tenham de reproduzir todos os defeitos do sistema capitalista. Mas, dentro delas suprimiu-se a oposição entre capital e trabalho, embora ainda na forma apenas em que são os trabalhadores como associação os capitalistas deles mesmos, isto é, aplicam os meios de produção para explorar o próprio trabalho. Elas mostram como, em certo nível de desenvolvimento das forças produtivas materiais e das formas sociais de produção correspondentes, NOVO MODO DE PRODUÇÃO naturalmente desponta e se desenvolve partindo do antigo”.

Marx está dizendo que precisamos organizar a produção através da COOPERAÇÃO. Podemos pensar em múltiplas maneiras de ampliarmos a produção através das cooperativas, com empresas passando para o sistema de AUTO-GESTÃO e socialização da mais valia. Imaginação ativa e criativa é o que os seres humanos mais possuem, não é mesmo ? Ainda mais agora, com toda essa tecnologia à nossa disposição ! Portanto, camaradas, companheiros e companheiras,

- UNI-VOS ! , de uma maneira ecologicamente sustentável; Terra para quem nela trabalha: o chão e o Planeta.



(Este texto foi elaborado em comemoração ao próximo aniversário de tio Marx, no mês que vem , dia 5 de maio, quando ele completaria 191 anos de uma vida (ou duas?) extremamente rica, generosa e criativa. Na verdade ele ainda está bem vivo, aqui dentro de todos nós. Todo o meu amor, com toda a minha devoção e gratidão.)



E... cumpra-se a profecia! : façamos a nova Divisão Internacional do Trabalho ! – aliás, esse é outro conceito daquela nossa lista de categorias realistas – antes que o mundo acabe...



(Diário do Bardo – Joyce Pires).



fotos by joy (Salinas - Brasil)









COMUNICADO AOS SEGUIDORES DESSE BLOG ¨( 6 julho 2015)



Meu ymail foi desativado pelo yahoo. Agora estou no gmail:



joycecesarpires@gmail.com Os amigos podem contatar diretamente comigo; sem as malditas letras flexíveis?... Um abraço. joy.

O CANTO DO BODE:

A TRAGÉDIA NÃO É TRISTE.

É UM GRITO.



(Lógica e Tal – Joyce Pires

30 março 2011)

DA REVOLUCIONÁRIA FOME (10 dez. 2010)



Uma formação social

É algo histórico, um processo

Que se vai construindo de uma origem

E a nossa teve início da necessidade

De expansão do modo capitalista de produção

Com as descobertas das Américas pelos europeus.

Ao novo mundo vieram colonizadores

Para o norte, os anglo-puritanos

Para o sul, os católicos inquisidores

E toda uma horda de traficantes

Marginais, estupradores e ladrões.

Para o Brasil também veio a Corte

Portuguesa, fugindo de Napoleão

E depois, os representantes do Imperialismo...

E continuam ainda com os dentes

Cravados em nossas veias!

Do nosso passado escravista

Herdamos os quilombos das favelas

Onde os criminosos sobrevivem

Distribuindo as drogas alienantes

Que a cidade consome.

Eles são o lado oculto da fome.



(Lógica e Tal - Joyce Pires)

CRISE ? A CRISE NÃO É PROVOCADA PELO GOVERNO DILMA



e sim, pela ampliação da ruptura entre o Estado privatizado e o Governo do Partido dos Trabalhadores. Em análise anterior, há alguns anos, eu já previa as conseqüências dessa ruptura, porque as solicitações dessa privatização não podem ser harmonizadas com os interesses do trabalhador no contexto da transição que vivemos, nesse final do processo imperialista global. As soluções administrativas estão sofrendo com o terrorismo de Estado. Quero enfatizar o fato: o terrorismo é praticado pelas classes dominantes nacionais e por aquelas associadas ao capital imperialista, no interior do Estado monopolista; e o Governo dos Trabalhadores não tem mecanismos institucionais eficientes para escapar da pressão e das solicitações privatistas, porque não foram realizadas as reformas necessárias, políticas e

econômicas, reformas que permitiriam atravessar esse período da globalização com alguma estabilidade no processo de socialização interna.

Compreendo as dificuldades dos companheiros petistas mas não posso omitir essa crítica. Porque o PT deveria ter apresentado uma verdadeira reforma política, que mudasse os mecanismos eleitorais completamente. Não só o fim dos financiamentos privados de campanha. Mas, em especial, a estrutura da representação, com uma abertura para a democracia direta. Estamos pagando um alto preço por essa falta de reformas verdadeiras, quero dizer, reformas realmente revolucionárias. E quem pagará serão os oprimidos, as populações miseráveis desse país de classes dominantes corruptas.

Culpar a Dilma é fazer oposição covarde e irresponsável. É afrontar a História e trair o País... e a classe trabalhadora. E a História será feita apesar disso. Não é possível deter as forças centrífugas.



Joyce Pires em 7 julho 2015.

POR MAIS QUE (17 maio 2011)



Por mais que busques

Em outros versos

As palavras que cantei só pra ti

Por mais que cantes de mil maneiras

O que só podes encontrar no meu cantar

Por mais que tentes e me fustigues

E se exaltes e se extasies

Ao me encantar, inútil será

Porque já me encantei de ti

Há muito tempo que já me encantei

De ti por mais que te cantei

Em mim por mais encantos

Que possa haver no teu cantar

Não haverá outras maneiras

De me encontrar.

Por mais que busques

Por mais que cantes

Por mais que tentes

Revirar as melodias

O encanto

Não se quebrará.



(Lógica e Tal - Joyce Pires)

SÍRIA LIVRE! (15 fevereiro 2012)



A antiga Síria foi a terra dos amoritas,

Dos arameus, fenícios e hebreus.

Foi unificada por Alexandre, em 331 a.C.,

Depois de invasões de assírios, babilônicos,

Egípcios, hititas e persas.

Em seguida foi dominada pelos romanos,

Tornando-se parte do Império Bizantino.

No século VII, o país foi conquistado pelos árabes

E foi centro do vasto domínio mulçumano.

Os turcos invadiram a Síria no século XI

E os cruzados no XII. Mais tarde permanece

estagnada durante quatro séculos

depois de ser conquistada, em 1516, pelos turcos

Otomanos.

Em 1920, torna-se mandato francês,

Pelo acordo de San Remo.

Durante a Segunda Guerra Imperialista,

França e Inglaterra ocupam a Síria

E a França proclama a independência...

E cria a República Síria.

Em 1961, Egito e Síria formam a República

Árabe Unida, com Nasser, integrando

As duas economias.

O partido de esquerda Baath alia-se à URSS

E desde então a Síria enfrenta o Imperialismo.



(Lógica e Tal – Joyce Pires)

REBELDES E BANDIDOS (22 ago 2011)



A verdade transpira, apesar da mídia.

- Presta bem atenção: qual é

a diferença entre um rebelde

e um bandido ?... Noticiário:

“Na Líbia, rebeldes se revoltam

contra o ditador Kadafi

e tomam Trípoli, a capital.”

“Em São Paulo, bandidos atacaram

mais um caixa eletrônico.”



-Qual é a diferença? - Inverta

o ponto de vista: “Bandidos atacam

o governo do Presidente Socialista

da Líbia, Muamar Kadafi,

que há 40 anos lidera o processo

de instituição de uma democracia

direta, nesse país do norte da África,

mesmo contra a vontade do imperialismo

e do seu braço armado, a OTAN.”

“Rebeldes tomaram mais um caixa

em São Paulo, porque não temos

condições dignas de trabalho

e de sobrevivência, mesmo depois

de dezesseis anos de governos socialistas”...



(Lógica e Tal - Joyce Pires)

POR MAIS QUE (17 maio 2011)



Por mais que busques

Em outros versos

As palavras que cantei só pra ti

Por mais que cantes de mil maneiras

O que só podes encontrar no meu cantar

Por mais que tentes e me fustigues

E se exaltes e se extasies

Ao me encantar, inútil será

Porque já me encantei de ti

Há muito tempo que já me encantei

De ti por mais que te cantei

Em mim por mais encantos

Que possa haver no teu cantar

Não haverá outras maneiras

De me encontrar.

Por mais que busques

Por mais que cantes

Por mais que tentes

Revirar as melodias

O encanto

Não se quebrará.



(Lógica e Tal - Joyce Pires)

PARA A COMISSÃO DA VERDADE (15 março 2012)



Nas lutas de classes, de qualquer formação social,

Evidencia-se que a dominância sempre se efetiva

Através dos aparelhos militares do Estado.

São as Forças Armadas que realizam a dominação,

Em última instância, quando outros meios não

São suficientes, ou quando há urgência...

Então, se desejamos chegar na Verdade

Sobre assassinatos, desaparecimentos, torturas...

Durante os governos militares, no Brasil,

Não podemos esquecer esse fato:

Por tradição e vocação... os militares

Constituem os alicerces ou suportes violentos

Do Estado burguês, onde as classes dominantes

Atuam, tanto através das forças policiais e armadas

Quanto nos interiores (e exteriores) das instituições do país.

São as classes dominantes, com sua ideologia dominante,

Que criam e recriam formas históricas de repressão,

Coerção... e alienação.

Quem viveu (e sofreu) lá...

Conhece bem esse processo de dominação.



Justamente por essas características do Estado burguês

A democracia formal não é capaz de superar

Tal constrangimento.

E, verdade seja dita: o que importa mesmo na realidade,

Não é só conhecer a nossa História para não repetirmos

O tenebroso passado; é conhecer a História, de verdade

Para que possamos transformar as relações sociais,

Criando as condições de uma verdadeira humanidade.









(Lógica e Tal - Joyce Pires)

OUTRO TOTALITARISMO (21 JUNHO 2011)



Democratismo

É uma espécie de militarismo,

A forma criada pelos Estados

Para submeter outras nações

Aos caprichos do imperialismo,

Para expandir o modo de produção

Capitalista,

Impondo aos povos do planeta

Sua visão do mundo consumista.

Democratismo é a deturpação

Da democracia, que deixa então

De ser “governo do povo”

Para ser uma ditadura militar

Capaz de atuar de forma globalizante

Massacrando outras culturas,

Como agora vem fazendo a OTAN

Com a sanção da ONU

Tentando destruir os povos árabes,

Esse verdadeiro genocídio

Imposto em nome das liberdades.



(Lógica e Tal - Joyce Pires)

OS INÉDITOS VIÁVEIS (20 abril 2012)



O ensino das escolas é o lugar

Da construção do conhecimento...

Mas, é um campo minado

Por ideologias

Caducas - quando

Não ousamos abrir, desconstruir...

Essas minas. Desarmar !

A construção dos saberes é reelaboração

Pessoal e contínua, dialógica e reflexiva,

Um apanhado de experiências

Que articulamos durante a vida

Em casa, na rua, nas escolas

No íntimo, do desejo

No contato com os outros,

Algo transversal e esférico

Uma recriação subjetiva e afetiva

Que só pode ser avaliada

Quando compartilhada no contexto

Aberto a um novo texto.



(Lógica e Tal – Joyce Pires)



ORIGAMÁTICO (22 abril 2012)



ORI – ORE, Boca (latim).

ÓROS, Montanha (grego).

ORIBÁSIA, subir ou percorrer montanha, em procissão ou em fila,

dançando (como as cabras); rito feminino dionisíaco.

ORIGAMI, arte japonesa, meditativa, de construção de animais através

da dobradura de papel, como o meu “pássaro Tao”.

ORUM (nagô), espaço da manifestação, céu, éter, quinto elemento, som.

Equivale ao Akasha e ao Yantra.

ORIXÁS (iorubá), forças da natureza ou divindades, capazes de

manifestação, através de danças e cantos.

GRAMA, GRAMÁTICA, sons, formas, palavras, construções e recursos

expressivos de uma língua.



... Então, nasce aqui uma nova palavra:

ORIGAMÁTICO, é o que se dobra sobre si mesmo, circula holisticamente e se manifesta de forma harmoniosa.



(Lógica e Tal - Joyce Pires)