terça-feira, 25 de novembro de 2008

Libertar o amor (21 setembro 2008)

Relacionamentos pessoais podem se configurar a partir de potências destrutivas e, quando isto ocorre, é sofrimento na certa. No início de um relacionamento amoroso até os conteúdos patológicos aparecem como fatores de encantamento... porque as enfermidades também se complementam.
Mesmo quando chegamos a perceber que estamos vivenciando uma relação desse tipo, neurótico, geralmente, uma relação de codependência, fica difícil reverter o processo. Porque não basta uma simples percepção; há que realizarmos a compreensão - é cortar as projeções, com ponta de diamante.
Vamos ver o que está acontecendo: o poder destrutivo do afeto pervertido vai se configurar numa relação que representa outra coisa que é justamente o contrário de si, dissimulando sua força destrutiva, um desvio; e essa tendência vai se alimentando dessa energia e se constela, afinal, num tipo de relacionamento que falseia a realidade. Até mesmo onde encontramos uma forma eficiente de representação, numa situação amorosa, lá estará camuflada a potência destrutiva; e não adianta tentar demonstrar a existência daquela realidade sem que seja explicitado o variado campo das projeções e seus múltiplos caminhos. Essas projeções precisam ser reconfiguradas, para que a farsa se mantenha. Então, se desejamos libertar o amor, vamos precisar de uma vontade suficiente para revolucionarmos os sentimentos. São transformações profundas, metamorfoses. Renascimentos.
Joyce Pires.

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