MEU CORPO DE POESIA
Meu corpo histórico
tão biográfico,
de minhas narrativas e cenários
meu corpo marcado pela vida
vivida. Corpo de rio.
Meu corpo dialético
dançarino noturno
de contradições superáveis
e sínteses alcançadas.
Meu corpo luminoso
atravessando tempo e espaço
diáfano e múltiplo
reunindo na canção
a palavra do meu corpo
e a melodia do meu povo.
Corpo de rio onde podemos ler.
O verso cantado
na amplidão das ruas
brasileiras
é o meu cantar
que já não podem mais monitorar.
Corpo de rio onde lemos a história.
A palavra censurada
rompeu os véus encheu os céus
e se espalhou, difusa música
na voz da multidão.
Corpo aberto, solto, lieberto: clara melodia.
E nosso desejo será ouvido
ainda que custe bem caro
aos que se pretendem donos do mundo.
Meu corpo agora é realidade
Está nas ruas outra vez e vai
Agora ainda mais do que antes.
Corpo de rio, fluindo as águas no leito
que muda de forma, direção e profundidade...
e não retorna, porque é do ser da fonte que jorra
seguir sempre sempre... até alcançar o mar.
(do livro Poesia, Joyce Pires, letra da
música 450, em 14 de julho 2013).
3 comentários:
Que belo poema!
Sim belo poema
beijos
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