domingo, 5 de julho de 2015

A CRIPTOMÉRIA ( 14 dez. 2010)



Naquele seu espaço, o céu surgiu.

Das três mudas que plantei em 77

Essa criptoméria elegans, deitada agora,

Era a mais visível, da varanda.

Caiu ontem, com a ponteira na pereira

E levantou uma roda de meio metro

De chão, com suas raízes cheias d´água.

Ainda tem nas pontas das verdes folhas

As gotas da chuva, que esperam o sol

Para irradiar aquele brilho. Linda.

Até para cair foi generosa. Eu vi.

A queda veio depois do estalo

E se deixou deslizar exatamente

No caminho da ardósia, onde a água escorre

Entre a varanda e o jardim de xaxins.

Tão grande, oito ou nove metros,

E apenas amassou algumas hortências.

Não vou cortá-la. Nem as outras...

Vou podar os galhos já secos e deixar

Assim, ainda parte integrante do jardim.

Elegante e serena, Senhora do Hades:

-Salve, Perséfone! Sempre verde.



(Lógica e Tal - Joyce Pires)

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