DESPERTA (7 junho 2012)
Existirá uma religião verdadeira
Que não seja apenas a manipulação
Ideológica e dominadora
Com o fim de reproduzir a ordem
E manter a subordinação dos governados?
Existirá uma religião verdadeira
Que de fato re-ligue indivíduo
E coletividade, si e natureza, eu e outro?
E que religião será essa capaz de realizar
O reconhecimento humano ?
Serei eu o artesão itinerante, do cristianismo?
Ou o comerciante ambulante, do judaísmo?
Serei o anunciador de uma Jihad, o guerreiro
Conquistador do mundo, do islamismo?
Ou o burocrata, ordenador do mundo,
Do confucionismo ?
Serei o mágico ordenador do mundo,
Do hinduísmo?
Ou o monge mendigo errante, do budismo?
Serei eu apenas um portador ideológico
De uma doutrina de salvação
Que se harmoniza com a minha posição
Social – como sugerido por Max Weber?
Serão as religiões apenas organizadores
De demandas de legitimação do poder
Das classes privilegiadas ou de demandas
De compensação e salvação
Para as classes dominadas ?
Como pensou Bourdieu, de fato,
As diferentes formações sociais
Podem ser reconhecidas pelo grau
De desenvolvimento e diferenciação
De seu aparelho religioso, ou seja,
Das instâncias que asseguram a produção,
Reprodução, conservação e difusão dos bens
Religiosos, de acordo com a sua distância
Do auto-consumo religioso ou da monopolização
Completa da produção religiosa por especialistas.
Esses dois tipos de estrutura de distribuição
Do capital religioso têm relações, competências,
Domínios e ideologias diferentes, em função
De reinterpretações próprias e que resultam
Da constituição dos Estados e do desenvolvimento
Dos antagonismos de classe.
A transmutação simbólica está em todas
As teodicéias sociais, para justificar a ordem.
E consciente disso, sei que o verdadeiro religar-se
É reintegração psíquica intrínseca.
(Lógica e Tal -- Joyce Pires)
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