segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

KANTIANA (1 dez.2008)

Intuição é a representação que depende de maneira imediata da presença do objeto.
A impressão do objeto sobre a faculdade representativa, quando somos afetados por ele, chama-se sensação.
A sensibilidade é a nossa capacidade de receber representações graças à maneira pela qual somos afetados pelos objetos.
A intuição é, assim, a forma da sensibilidade que torna possíveis as impressões pelas quais os objetos nos afetam.
Esse tipo empírico de intuição é o que se relaciona ao objeto por meio da sensação, que torna possível a síntese a posteriori. Ela precede o objeto (é a priori) ao mesmo tempo em que o dá - porque é intuição, é aquilo que forma a sensibilidade.
A sensibilidade é uma fonte do conhecimento. Ela é autenticamente a representação de algo que se dá ao sujeito como aquilo que o afeta: aparece. Aparição e conteúdo de consciência e realidade são a mesma coisa... o que não significa introduzir o idealismo. A não ser que fiquemos com a "coisa em si":
O ser que não pode ser conhecido, só nomeado por uma expressão abstrata, sem relação absolutamente. Algo que se manifesta pela linguagem. A experiência como sensibilidade. Então, Marx nos diz em seus versos:
"Kant e Fichte vagueiam de bom grado pelo éter,
Procuravam aí um país distante,
Eu, contudo, procuro apenas compreender , bem
Aquilo que encontrei na rua."
(Karl Marx, Dos Ensaios Poéticos)
É:
O desejo de descobrir uma concepção do mundo que permita uma real compreensão dos processos vitais e uma participação ativa neles.

A sensibilidade é o lugar da nossa subjetividade, do indivíduo, do eu. Portanto, é também o local do discernimento e da elaboração das impressões, isto é, do sentimento. Então, é o lugar das inconsciências, do imaginário e do nascimento da sabedoria. Dialeticamente.
É o pensamento enquanto conhecimento, como transformador da realidade, no processo histórico de construção de uma vida com mais justiça e equanimidade. Uma teoria, a filosofia da praxis, que cabe a nós desenvolver e atualizar, para que possamos, juntos, não só ler e compreender... mas, sermos capazes de realizar, fazendo a nossa História, a partir das condições de existência que estão aí, agora, completamente dadas.

Joyce Pires.

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