sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O ABRAÇO (maha mudra ) - (01 dezembro 1998)

Acordei de repente, com um sol na cabeça
A luz era muito clara e brilhante
E alguém dizia o meu nome
Uma voz jovem e doce
Mas não sei dizer de quem.
Logo percebi que amanhecia
Escutei os primeiros pássaros:
O bem-te-vi, a sabiá, a cambaxirra
E a pequena cuíca, andando no piso do sótão.
E pensei, ainda em êxtase
Que é bom viver assim, realizada.
E como é tão bom poder abraçar
Alguém que a gente ama
Um corpo conhecido, íntimo
Que se reconhece pelo tato
Que o nosso corpo reconhece, na região
Do peito, no fundo dos braços:
O jeito, a forma, o calor, a pressão,
O amor, a paixão... e o cheiro.
Ah, como é assim tão bom. Imagina.
Levantei, abri a porta da sala
E ali na varanda e no jardim
Lá estavam elas
As flores azuis
Dos agapantos, das hortências
E de minhas violetas siderais
For your furs. (*)

(*) se não quiser pronunciar em inglês,
pode substituir o verso por:

Para os seus carnavais.

(Tântricos e outros cânticos – Joyce Pires
Letra da música 116, em 01 dez.98)

Nenhum comentário: