sexta-feira, 6 de novembro de 2009

FOME DE CABRAS (22 maio 2002)

Ela gira sobre um eixo
Imaginário
Um centro, talvez
Que lhe devolva a filha assassinada
Covardemente a foiçadas
Desumanas
Ela gira sobre si, trôpega
Talvez em busca da própria vida
Perdida
Talvez movida
Pelo desejo daqueles
Que sobrevivem ainda
No âmago de seu feminino ventre.
Ela gira e gira e giram os olhos
Perdida, olhos profundos, distantes
Numa fome imensa imensa
Talvez de justiça
Claro, não humana
Mas uma equidade
Divina
Ela gira e gira
Em busca, talvez, de uma fome.

(Magnífica – Joyce Pires, letra
da música 327,em 08 junho 2002)

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