sexta-feira, 6 de novembro de 2009

EM TUA (20 outubro 2009)


Um bicho encurralado
Te caçando pelos cantos
Um fio emaranhado
Me enlaçando
As mãos, os pés
As copas das árvores
O vento, os beijos
E os teus cabelos vermelhos
Avermelhando o dia, a tarde
Um fogo que arde
No ventre da manhã que não nasce
Um bicho enjaulado
Selvagem, na margem
Um grito entranhado na carne
O vinho que não se bebe
A água estagnada, a fome
Salobra fonte sem nome
A vargem apodrecida
Sem sombra para descanso
Me lanço em tua armadilha
Tardia, abismo que não se mede.

(Lógica e Tal – Joyce Pires )

Nenhum comentário: