domingo, 8 de novembro de 2015

ANÁBASIS



Seus olhos são duas luas negras
navegando no céu, soberanas
porque a Terra partiu-se
e gerou uma outra de si.
Mais jovem... idêntica à primeira ?

Seus olhos asiáticos e místicos
revelam na noite, indômitos
curvas centrífugas
veios, câmaras, hades
Katábasis nos tártaros
em busca das juras dos Raios
às águas do rio Estige.

Seus olhos de gueixa
contemplam a parúsia
e quase tristes

Duas luas negras
quase noite sem fim.

(Joyce Pires  -  Poesia)

Um comentário:

sérgio disse...

Belíssimo!
Tudo rende poesia quando a alma é arte.