quinta-feira, 17 de julho de 2014



É POSSÍVEL: UMA CARTA DE AMOR

Pensei , um dia, na beleza da poesia, alegria
Que só poderia cantar o que eu sinto
E colocar a voz no que me desse prazer
E com isso deixei passar aquilo. E perdi.
Esperava que você viesse, mais uma vez
Com outras flores, novos perfumes
Que me fizessem florir também.
Mas, ainda aqui, era só o mar
Era só prazer de amar o mar.
E você me disse então
Que eu sou a sua liberdade
Ninho perdido, abrigo levado
Pelas engrenagens. Onde eu habito...
Não, meu amor, eu sinto. E quero mais.
Apenas isso. Depois de ter você,
Nada além é preciso.
E agora, com todos esses anos,
Só o que desejo é encontrar você,
Sentir suas águas de riacho sereno
Tocando nas minhas, e juntas
Seremos capazes. Pensar em você.
No que você precisa de mim.
Se eu sou mesmo sua liberdade
É porque você está em mim.
Entrou há muito tempo, azul
Deitou no meu leito, luz
E me chamou de mulher.
Hoje compreendo que você não poderia
Naquele momento, conhecer o meu desejo,
Fazer algo que eu quisesse dizer ali
Falar por mim, a força do meu próprio amor,
Porque este, somente eu posso dizer, a você.
E digo agora, eu te amo, sim, te amo, sou tua
Além das palavras, só melodia. Maria.

(Joyce Pires, letra da música 452, do livro Poesia, em 04 agosto 2013)

Um comentário:

sérgio disse...

..."Ninho perdido, abrigo levado
Pelas engrenagens. Onde eu habito..."...